HAVIA UM HOMEM RUDE NO CAMINHO...
Quando eu era criança, sempre ia levar algum recado, numa casa muito distante da nossa.
Ia pela linha do trem, depois entrava à esquerda, num caminho de terra vermelha.
Havia vegetação dos dois lados, e nenhuma casa por perto. Eram curvas e curvas.
Andava, andava, até encontrar um bambuzal imenso. Aí tinha um caminho estreito, cercado por grama, que ia dar direto na casa daquela senhora.
Eu entrava no bambuzal, porque ele era cheio de labirintos, e eu me divertia, como se ali fosse uma casinha.
Eu nunca tinha visto ninguém nesse trajeto, apesar das muitas vezes que fui lá.
Num dia, numa das curvas, vi um homem que vinha carregando muitas ferramentas no ombro. Ele era negro e forte, e aparentava ter uns trinta anos.
Na cabeça, tinha um pano amarrado que lhe cobria a metade da testa. No corpo, uma camisa toda rasgada, e as calças dobradas até no meio da canela.
Ele estava tão sujo de carvão, que nem dava pra saber a cor dos panos que o vestiam.
Seus pés grosseiros e descalços, andavam sem pressa.
Eu; também descalça, caminhava devagar do lado esquerdo, bem rente com a vegetação.
Quando ele me avistou, deu um pulo para a outra beirada, andando com passos largos e apressados, rente com a vegetação do outro lado.
Eu achei estranho, e fiquei olhando pra trás, vendo-o sumir naquela curva.
Aí pensei assim: Oh! O homem ficou com medo de mim...
Toda vez que vejo notícias sobre pedofilia, eu me lembro daquele homem, e sinto por ele, admiração... afeto, gratidão! Depois, sobra um imenso conforto, aqui... dentro do meu peito!
"Havia um homem rude no caminho... no caminho, havia um homem rude e digno"
(16/03/2010)
Uma história muito curiosa e na verdade o modo como está escrita ajuda-nos a segui-la com desejo de saber o final.
ResponderExcluireu também gostava de bambusal. era muito joia. quanta fantasia de criança. tinha uma outra especie que ninguem entrava, a gente chamava de arranha gato. quando a bola caia la dentro, ja era. abraços lamarque
ResponderExcluirAinda bem que ele era assim digno, correto. As aparência nada falam de verdade, tantas vezes,não é?
ResponderExcluirQue bom ler tuas recordações!beijos,chica
merhaba maria sevgiler birakiyorum .
ResponderExcluirQUERIDA AMAPOLA VIM AGRADECER A VISITA EM MEUS BLOGS E POR TAMBEM POR ME SEGUIR.FICO FELIZ COM SUA VISITA. OBRIGADA.FICA NA PAZ
ResponderExcluirO sonho de ontem é a esperança de hoje e a realidade de amanhã.
Dalai Lama
Uma bonita lembrança...dessas que nos fazem sorrir e ter a certeza de que ainda há muita ternura e dignidade por esses caminhos da vida!
ResponderExcluirUm grande abraço!
Amapola, querida!
ResponderExcluirAcho que sua infancia foi parecida com a minha!
As vezes acho que eu vivia em outro planeta, pois não existia maldade, ou a gente que não ficava sabendo?
Que os anjos te cuidem!
Beijos!
Que mensagem tocante! Adorei
ResponderExcluirbjs
juliana
Digna essa história, afinal vc nao faria mau ao rapaz e talvez ele tambem nao quisesse fazer mau algum...
ResponderExcluirO meu abraço, Amapola... Gostei demais do seu relato e da conclusão: "HAVIA UM HOMEM RUDE NO CAMINHO... NO CAMINHO, HAVIA UM HOMEM RUDE E DIGNO."
ResponderExcluirVocê é criativa, profunda e abençoada...
Com carinho
Amei, e já vivi algo parecido, mas as pessoas não trazem letreiro na testa e as aparências enganam tanto; beijinhos, obrigada por compartilhar esse conto.
ResponderExcluirÉ real, todos os dias a gente vê homens assim '"dignos, embora rudes...
Quando der, me visita, amiga, hoje to mal, prciso de uma palavra de conforto, boa noite, pr ti
Lindo Amapola! Mas eu tenho medo de cobra. Não adaria por aí pelo bambuzal sozinho. Nem depois de grande. rsrsrs
ResponderExcluirbjo
Oi Amapola...
ResponderExcluirLindo seu texto...
A conclusão que chego é "quem ve cara, não ve coração'!>>
Amei..
beijinhos....
Cada um tem um jeito e deve ser respeitado, beijo Lisette.
ResponderExcluirBoa noite minha querida Amapola
ResponderExcluirAdoro suas histórias...
Sempre me fazem voar para coisas que eu não vivi , mas que me sinto muito lá.
Beijos
Ani
Sim Amapola querida, existe muita gente digna, simples, trabalhadora e com sentimentos puros, adorei o conto, beijos Luconi
ResponderExcluirOi Amapola querida, você menina sabe contar história como ninguem, com poucas linhas, sabe nos levar ao suspense,que susto pensei tão mal do pobre homem que peço perdão a ele tambem. Um abraço carinhoso. Celina.
ResponderExcluirInteressante ele ter evitado ficar proximo de voce sozinho.
ResponderExcluirTalvez ele lembrou de algo que esqueceu...
:)
Essa mensagem foi pra mim:)Bjks e uma linda semana Amapola.
ResponderExcluirRude mas do bem,
ResponderExcluirresume tudo!
Bjkas
Oi Amapola! Achei o post interessantíssimo. Realmente nos remete a pensar um final diferente.. e de certa forma, isso nos mostra o nosso preconceito. Tbm peço perdão a esse homem.. pessoas dignas existe, sim!!!
ResponderExcluirBjus, querida!
Querida amiga, nunca podemos julgar as pessoas pela aparência, muitas vezes nos engamos. Pedir perdão e desculpas é sempre um ato muito humano. Beijocas
ResponderExcluirLembranças que nos colocam diante de reflexões de comportamentos muitas vezes estereotipados.
ResponderExcluirBoa construção para critica amiga.
Nunca mais esquecerá daquele momento,que tinha um homem no seu caminho,como ele jamais esuquecerá que encontrou um anjo.
Carinhoso abraço.
Beijo.
Olá Amapola, adorei a forma como descreveu a sua caminhada e a presença do homem que com certeza era apenas um trabalhador que não queria problemas, mas hj em dia as criançãs tem que andar alertas mesmo! Bjoooooss
ResponderExcluirHá quem tenha a sorte de encontrar no caminho gente de bom caráter mas há quem encontre outro género ...e a pedofilia é crime contra um indefeso...uma criança...tem de ser punido!!!
ResponderExcluirBom dia
Un gratísimo placer conocer tu creativo e interesante blog.Gracias por tu comentario.Te sigo.Te invito a seguir el mío.Saludos poéticos.
ResponderExcluirSou filho da roça e ainda vivo em meio a Mata, (Nova Maringa, Bacia Amazônica, 5.000 habtnts), o que temos de bom no agreste é essa paz bucólica que seu poema descreve do tempo de infancia.
ResponderExcluirUm belíssimo poema minha querida!
ResponderExcluirUm excelente fim de semana para ti.
abração com carinho
Isso prova, querida, que essas aberracoes (pedofilia, abuso sexual e afins) está mais presente numa camada menos rude... (?)
ResponderExcluirCertamente acontece numa classe social menos privilegiada, mas, ao que me parece é mais frequente entre numa sociedade que deveria ser muito mais sensata... deveria, mas nao está! Mesmo porque a sensatez independe de cor, credo ou classe social!
Como exemplo, cito a Alemanha, país onde vivo, que tem um indice de abuso sexual, pedofilia e incesto muito alto! Quando há um abuso aqui, pode ter certeza: foi alguém da família!
Bom fim de semana.
BOA NOITE, QUERIDA AMIGA.
ExcluirO MEU BLOG É DE MEMÓRIAS! AO NARRAR UM EPISÓDIO, EU NÃO ALTERO NENHUM DETALHE.
O FATO DE EU CITAR A COR NEGRA E O "RUDE", EU CITARIA "UM HOMEM LOURO E FINO", SE ASSIM FOSSE.
NÃO SOU RACISTA, NÃO TENHO NENHUM PRECONCEITO, E ACHO QUE A PESSOA QUE TEM ISSO DENTRO DE SI, É IGNORANTE PRÁ CARAMBA!!!
SE PASSEI ISSO EU LHE PEÇO DESCULPAS, E A QUEM TIVER PENSADO IGUAL A VOCÊ.
MEU PAI NASCEU NA BAHIA, E TINHA A PELE CLARA. MAS ELE TINHA UM IRMÃO NEGRO E SUA MÃE TINHA A APARÊNCIA INDÍGENA.
ISSO NOS FAZ CRER QUE SOMOS DESCENDENTES DE AFRICANO COM ÍNDIA.
SÓ NÃO TEMOS CERTEZA DISSO, PORQUE POBRE NÃO COSTUMA FAZER PESQUISA GENEALÓGICA, POIS NORMALMENTE A FAMÍLIA É FRAGMENTADA, O QUE DIFICULTARIA ESSA PROCURA.
MAS ISSO NÃO ME INTERESSA, UMA VEZ QUE RESPEITO TODAS AS RAÇAS, CREDOS, ETC...ETC...
DE QUALQUER FORMA, MUITO OBRIGADA PELO SEU COMENTÁRIO.
FIQUE COM DEUS!
MUITA PAZ!
Querida Amapola, também concordo contigo, e essa questão das pessoas de classes menos privilegiada serem responsáveis por tais ato também não concordo, pois tenho bastante amigos de classes menos privilégiada e são ótimas pessoas e de bom caráter, creio que essa pessoa foi infeliz no comentário!
ExcluirHartelijke groet,
ResponderExcluirGerry
Lindo desfecho, Maria. Gostei imenso de ler mais uma história de vida sua. Sempre um afago na alma e uma reflexão leve e amiga.
ResponderExcluirAbraço de poesia e ótimo Domingo!
A dignidade nada tem a ver com o exterior.
ResponderExcluirEla está cá dentro .
Um abraço ,
Maria
Olá amiga querida
ResponderExcluirGosto de tudo que você escreve, não precisa conhecer muito, somente um pouquinho de você pra saber o tamanho do seu coração, para saber que o bem habita seu caminho, e por onde passa leva palavras de conforto e amizade.
Sempre me emociono com suas histórias, talvez por lembrar da minha infância, de lugares parecidos por onde andamos, e você descreve muito bem, com um olhar puro, sem maldade alguma, típico de um ser humano maravilhoso.
Estou feliz por voltar,uma ótima semana, fica com DEUS, bjos
Amiga amei tua visita, obrigada de coração.
ResponderExcluirEstou fazendo um sorteio no blog, entra lá para participares.
Excelente semana.
beijos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue sensacional seu texto Amapola!!!Que belas e ótimas lembranças narradas de um jeito que encanta quem lê.Muito lindo.Bjsss
ResponderExcluirOi, querida Amapola, li seu texto e fui ficando meio apavorada: se fosse hoje, que estamos mais assustados do que nunca com essa 'tara' que aumenta cada dia a dia, diria que você teve muito mais sorte do que juízo. Que foi um enorme descuido; que escapou por um triz. Mas, embora fosse também perigoso, naquela época certas coisas não tinham o peso de hoje, não chegava às raias de uma pandemia como vemos hoje. Mas de qualquer forma, você narrou com tanta verdade que fiquei do lado de cá meio desconfortável. Aliás, estamos todos apavorados com esses episódios.
ResponderExcluirgrande beijo, amiga.
Un maravilloso escrito, me gusta como escribes.
ResponderExcluirun fuerte saludo
fus
Olá Amapola, que tudo esteja bem contigo!
ResponderExcluirDeveras agradável teu espaço e teus belos escritos.
Gostei do que li ao passar por cá, parabéns por texto e imagens deveras expressivos.
Eu diria apenas que, tempos atrás muitas pessoas jamais confundiam modernidade com libertinagem, ou mesmo falta de respeito, ou seja, respeitavam-se mais as pessoas, e os absurdos que vemos hoje, eram mais raros. Prova disso foi a atitude do homem e, esta tua gratidão pela respeitosa atitude dele, penso eu!
E agradecido deveras por tua visita e perseguição eu deixo por cá meu desejo que você e todos ao redor tenham um viver deveras intenso de felicidade, bem como meu rastro de perseguição, abraços e, até mais!
Adorei e muito bem escrito! Tem Selo Comemorativo pra você lá no blog! Uma quarta-feira abençoada! Abraço carinhoso!
ResponderExcluirElaine Averbuch Neves
http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/
QURIDA AMAPOLA
ResponderExcluirMUITO BOM CADA TEXTO.
Que você tenha um Domingo abençoado."Se a felicidade viesse em pétalas,eu ti mandaria um jardim todos os dias."FELIZ DIA DAS MÃES
BRISA
Puxa muito lindo amiga!
ResponderExcluirsabe acho que precisamos lutar contra nossos próprios preconceitos diariamente, depender de deus mesmo, senão julgamos, criticamos, que deus sempre nos ajude...
Um bju querida
Com amor
Marly
Querida amiga,
ResponderExcluirMãe
Teus braços sempre se abrem quando teu filho precisa de um abraço.
Teu coração sabe compreender quando teu filho precisa uma amiga.
Teus olhos sensíveis se endurecem quando eles precisam uma lição.
Tua força e teu amor os guiaram pela vida e lhe deram as asas para
que eles pudessem voar.
Feliz Dias das Mães. Beijocas
Un bel racconto il tuo, quell'uomo è sicuramente una persona molto dignitosa, cosa che al giorno d'oggi è difficile trovare!! vorrei ce ne fossero tantissime di quelle persone!! felice giornata a Te...ciao
ResponderExcluirExistem poetas que nunca
ResponderExcluirescreveram um poema
sua vida é um verso
escrito nos seus músculos
desenhado no seu sorriso
o simples trabalho que faz
é uma fábula
que nunca esquecemos.
Luiz Alfredo - poeta
Amapola(nome lindo!),querida,
ResponderExcluir.... comovente o teu conto,amiga,e ainda bem que era um homem rude e digno,que não pensou em molestar uma criança.Hoje em dia,uma criança sozinha não poderia se aventurar por uma estrada deserta.
Gosto de ler os teus escritos.Tem vida.
Bjsssss,
Leninha
Boa noite minha amiga e desejo que passes um feliz dia das Mães!!
ResponderExcluirBjinhos no ♥
Um ótimo e maravilhoso dia das mães, beijinhos
ResponderExcluirSe era digno, valeu! Lindo Dia das Mães para você! Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirOlá amiga,
ResponderExcluirMuito bem escrito o seu texto.
Gostei muito do conteúdo da história, porque no fundo aquele homem "era um homem rude e digno".
Revi-me nesta sua experiência, porque há algumas décadas atrás também aqui em Portugal as crianças podiam brincar ao ar livre e caminhar pelo campo sem que nada de mal ocorresse.
Os tempos mudaram...
Deixo-lhe um beijinho e votos de um feliz Dia das Mães.
Ailime
não sei se o conto foi real ou fição de qualquer modo, por trás daquela rudez toda havia também dignidade e respeito pelo próximo.Eu quando era criançajá fui abordada por homens maus e também pelo homem bom,que poderia ter sido muito mau mas era digno e bem formado,um feliz dia das mães para amanhã, beijos
ResponderExcluirParabéns ,mamãe!
ResponderExcluirConfira minha homenagem lá no meu blog.
Tenha um dia das mães abençoado. Bjs
Oi querida! Belo texto e como sempre toca na gente.
ResponderExcluirBeijos e um feliz dia das mães prá você!
Beth
Aquele antigo ditado. As aparências enganam.Hoje qualquer pessoa estranha que se aproxime já nos causa muito medo, muito mais ainda com as características que você citou.
ResponderExcluirMuito bem escrito.
Estou passando para te desejar um Feliz Dia Das mães e te agradecer a presença carinhosa lá no meu Expresso do Interior.
Parabéns pelo blog! Vai ajudar a enriquecer o meu trabalho com jovens e adultos aqui em BH. Visite o meu blog e dê a sua opinião:http://serejaseculoxxi.blogspot.com.br
ResponderExcluirUm abraço. Ana- BH/MG
que bacana. isso nos lembra que não devemos julgar pelas aparências. não mesmo...
ResponderExcluirParabéns pelo blog, recheado de coisas maravilhosas, bjão.
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