
sexta-feira, 30 de março de 2012
ÁLBUM DE RETRATO

quarta-feira, 28 de março de 2012
O TAMANHO DO AMOR

O TAMANHO DO AMOR
Há alguns anos, um caminhoneiro vizinho da minha irmã, trouxe para o seu filho, um sagui que pegou na estrada.
Nessa época, o seu casamento já estava por um fio, e quando a mulher se separou dele, levou o filho, deixando o macaquinho para trás.
Ele queria se ver livre do bicho, e meu sobrinho o pegou. Ele também, não dando conta, convenceu meus filhos a ficarem com o animal.
Eu liguei para o Ibama, mas nada foi resolvido.
Num dia meu sobrinho foi nadar numa represa, e veio trazendo muitos peixes minúsculos, dizendo que ele gostava daquilo.
Os peixes foram o último alimento do filhotinho, que dois dias depois, estava prostrado.
Eu fui para o trabalho, e meu filho me ligou dizendo que o bichinho havia morrido. Eu sou chorona, e não me contive.
À noite, quando cheguei, vi que ele ainda respirava. Deitado naquela gaiola, seu rosto mais magro, parecia gente!
Liguei para uma clínica, e aos prantos, conversei com o médico. Ele pediu para eu embrulhar o pequeno num pano e levar lá.
Quando chegamos, uma senhora se despedia do veterinário, enquanto segurava pela corrente, um cachorro muito grande e bonito.
Ao passar por mim, ela pediu para ver o que eu levava. Quando levantei o pano, ela deu uma risada e disse:
___Nossa!! Quando você telefonou naquela choradeira toda, eu pensei que fosse por causa de um bicho maior! Que coisinha pequena, concluiu!
Eu não respondi nada.
O médico disse que não tinha jeito, mas eu acompanhei-o até a estufa, para o pequeno ficar ali, quentinho. Pedi para aplicar-lhe um sedativo que amenizasse o seu sofrimento, porque a sua agonia já havia durado doze horas.
Quando o dia amanheceu, o doutor me ligou, dizendo que ele já não respirava.
Se continuasse no seu habitat, talvez até hoje, o pequenino estivesse vivo.
(27/03/2012)
(Ele conquistou todos aqui. Mesmo dentro da gaiola, brincava de esconde-esconde conosco).
sábado, 24 de março de 2012
PROVIDÊNCIA URGENTE

PROVIDÊNCIA URGENTE
EM 2007 EU FUI AO PARAGUAI, NUM ÔNIBUS DE SACOLEIRAS. FORAM VINTE HORAS DE VIAGEM PRA IR, DORMIMOS UMA NOITE NA FRONTEIRA, E MAIS VINTE HORAS PRA VOLTAR.
A VIAGEM FOI ÓTIMA, APESAR DO FRIO NAS ESTRADAS.
UNS QUATRO MESES DEPOIS, ME CONVIDARAM NOVAMENTE. ACHEI TUDO CANSATIVO DEMAIS. NA VOLTA, SENTI MUITA DOR NOS PÉS E NAS PERNAS. NÃO CONSEGUI DORMIR.
MUITOS FALAVAM SEM PARAR, E MUITOS DORMIAM PELO CHÃO. NÃO DAVA PARA ESTICAR AS PERNAS, NO CORREDOR.
QUANDO FALTAVA UMAS QUATRO HORAS PARA CHEGARMOS, O MEU MAL ESTAR AUMENTOU. ERA MADRUGADA.
FIQUEI PENSANDO NUM RECURSO, E LEMBREI-ME DE QUE SE UM PNEU FURASSE, EU TERIA A CHANCE DE CAMINHAR LÁ FORA, E TUDO FICARIA SOB CONTROLE.
UNS QUINZE MINUTOS DEPOIS, O ÔNIBUS PAROU NO ACOSTAMENTO. O AJUDANTE DO MOTORISTA DESCEU, E LÁ DE FORA GRITOU:
__DOIS PNEUS FURADOS!!
MUITA GENTE RECLAMOU QUE CHEGARIA COM ATRASO, E EU AGRADECI AO ARQUITETO DO UNIVERSO!
COM MUITO CUSTO, LIGARAM PARA UM BORRACHEIRO QUE MORAVA LONGE. FICAMOS PARADOS ALI, MAIS DE DUAS HORAS.
EU, MINHA VIZINHA, E OUTROS, FIZEMOS CAMINHADA. NÃO LONGE, ENCONTRAMOS UMA LANCHONETE ONDE TINHA CAFÉ QUENTE, E MUITA COISA GOSTOSA.
PAGUEI UMA PEQUENA TAXA, E ATÉ BANHO TOMEI.
O RESTO DA VIAGEM FOI LEVE, E NUNCA MAIS REPETI ESSA EXTRAVAGÂNCIA.
(05/02/2012)
segunda-feira, 19 de março de 2012
SERMÃO EMOCIONANTE

sexta-feira, 16 de março de 2012
LIÇÕES

LIÇÕES
Eu tinha dezenove anos e estava inconformada com uma tremenda coincidência que havia acontecido no meu trabalho. Na Telemig eu fazia ligações interurbanas, e o painel piscava quando alguém solicitava uma ligação.
Eu já vivia um tormento, porque a minha mãe não me deixava namorar o Ronaldo. O meu primeiro namorado!
Eu não o via há meses... e numa noite completei uma ligação dele, para uma moça de nome Cláudia, que morava em Sete Lagoas.
Quando ele disse o seu nome, eu reconheci aquela voz rouca que mexia demais, comigo. A ligação foi demorada, e ao terminar, eu corri para o banheiro, desmanchando-me em lágrimas.
Quando cheguei em casa, contei para a minha avó, e chorando muito eu repeti várias vezes, que dali em diante a minha meta seria dinheiro, já que no amor nada dava certo.
Ela dizia com firmeza:
__Isso é blasfêmia!!
Dois dias depois, saí do trabalho às 23:hs. Ao passar na esquina da rua Tamoios com Rio de Janeiro, fui abordada por um homem alto, estranho, trajando uma enorme capa preta.
Naquele tempo ainda havia inverno forte por esses lados, e as pessoas andavam muito encapotadas mesmo, mas esse era diferente.
Um capuz cobria a sua cabeça, mas também, quase todo o seu rosto. Deu para ver um cafanhaque muito comprido e feio.
Aquele trecho era meio escuro, eu não escondi o meu susto. Acelerei o passo, quando ele me pediu para parar e ouvi-lo.
Quando parei, ele disse assim:
__Eu posso fazer você ganhar muito, muito dinheiro!
Tirou um cartão do bolso de sua capa, e me entregou, falando que ele era pintor e bastava eu posar pra ele, que eu ficaria rica.
Eu peguei o cartão e saí quase correndo, sem olhar para trás.
Em casa, contei pra todos, que ficaram abismados! No cartão não havia telefone. Só um nome e o endereço que era no bairro Santa Efigênia.
No dia seguinte eu procurei no catálogo algum telefone próximo, e me disseram que ali por perto não havia nenhum ateliê e nem aquele número.
Rasguei o cartão, mas nunca mais me esqueci desse episódio.
16/03/2012
terça-feira, 13 de março de 2012
CAMINHANDO
