
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
PISANDO NAS NUVENS

sábado, 24 de setembro de 2011
TÍTULO EM ABERTO

TÍTULO EM ABERTO
Eu era a mais velha da sala do segundo ano primário, já que tinha sido reprovada duas vezes no primeiro. Naquele ano a escola recebeu vários alunos de outras regiões, que haviam se mudado para Mariana.
Esses eram indisciplinados...
A nossa professora era jovem e muito bonita. Pouco tempo depois ela saiu de licença, e sua substituta foi uma senhora de estatura baixa, trajes humildes, e sem beleza aparente. Ela era idosa, e trazia no semblante muita tristeza, que seu olhar não conseguia esconder.
A turma desobediente debochava dela, frisando a sua idade e aparência. Constrangida, ela disfarçava e tentava ministrar a aula, mas cada vez isso ficava mais difícil. Atitudes assim não eram comum, porque a disciplina era a base de tudo, nas escolas daquela cidade, e naquele tempo.
Num dia, ao chegar, ela pediu e implorou silêncio!
Disse que sempre dedicaria alguns minutos para cantarmos com ela, numa espécie de lazer.
Houve um silêncio gostoso enquanto ela escrevia no quadro, a letra dessa música:
TÃO LONGE... DE MIM DISTANTE...ONDE IRÁ, ONDE IRÁ TEU PENSAMENTO...
TÃO LONGE... DE MIM DISTANTE... ONDE IRÁ, ONDE IRÁ TEU PENSAMENTOO...
QUISERA, SABER AGORA... QUISERA, SABER AGORA... SE ESQUECESTE... SE ESQUECESTE... SE ESQUECESTE, O JURAMENTOOO..
Com sua voz linda e macia, ela cantou e nos encantou. Depois, nos ensinou a fazer a segunda voz.
Enquanto cantávamos juntos, lágrimas caiam lentamente dos olhos dela, iluminando a imensa alegria que emanava daquela senhora muito especial.
A segunda música foi “ALECRIM DOURADO”, seguida de outras, e outras. À partir daí, ela foi a professora mais querida da nossa sala.
(05/09/2011)
(Dona Anunciata: Aceite o meu abraço, onde quer que a senhora esteja)
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
IGUAL TRAGÉDIA GREGA

Uma senhora que mora nesse bairro, foi tão acolhedora com um rapazinho que não tinha família, que ele até passou a chamá-la de mãe. Depois que ele a conheceu, a sua vida teve mais sentido, porque podia contar também, com a amizade dos filhos dela.
Ele era trabalhador, morava sozinho, e se sustentava. Sua vida foi marcada pelo abandono, e isso o tornou muito carente e complexado.
Apesar da vontade de vencer na vida, logo cedo ele se acostumou com as drogas. Mesmo assim, era responsável no trabalho.
Aos vinte anos, conheceu uma moça por quem se apaixonou perdidamente. Levou-a para morar com ele. Essa companheira era muito exigente e materialista. Para agradá-la, ele fez reformas na casa e trocou toda a mobília, do jeitinho que ela queria. Por ela, ele se endividava até de olhos fechados.
Depois de um relacionamento estável, ela o abandonou. Ele ficou enlouquecido e começou faltando ao trabalho. A dona Iza tentava fazê-lo enxergar que o melhor seria aceitar a separação. Apesar dele valorizar os conselhos dela, nada adiantou.
Procurava-a no emprego e insistia numa reconciliação, fazendo diversas ameaças.
Num dia ele comentou que daria um grande susto nela; e talvez assim, tudo voltasse ao normal.
Arranjou um revólver e ficou na espreita.
Logo que a viu, fez um disparo. Em seguida, saiu correndo sem olhar para trás. Escondeu-se, confiante de que depois dessa intimidação, ela mudaria de ideia.
Ao amanhecer, procurou um telefone público. Alguém parou ali perto, trazendo um jornal na mão, e comentando sobre um crime. Ele pediu pra ver, e na primeira página estava o retrato dela, e a notícia dessa morte, cujo suspeito seria ele.
Ele não havia mirado para acertar. Ele a queria para si...
Ligou para a mãe dela, e chorando feito louco, pediu-lhe perdão. Tirou o revólver da cintura e deu um tiro na cabeça, cujo barulho ela ouviu do outro lado.
Isso aconteceu há uns três anos.
(11/09/2011)
sábado, 17 de setembro de 2011
ENQUANTO O SEMÁFORO NÃO MUDA...
